sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Suécia ou Coreia do Norte?

Atualmente temos mais operações diárias da polícia do que as intervenções cirúrgicas realizadas nas emergências dos hospitais da Restauração, em Recife, e do Souza Aguiar, no Rio, juntas. Se brincar supera o número das realizadas nos hospitais de campanha da guerra do Vietnã. É tanto codinome que o Aurélio tá ficando sem opção e já estão apelando para o idioma italiano. A corrupção está espraiada em todas as tocas, togas, gabinetes, empresas, escritórios, tribunais, federações, igrejas, .....que ninguém é mais capaz de mensurar o tamanho e nem quando será reduzida. Tem mais ratos do que consoantes nos nomes poloneses. 

Caminhando na liberdade do calçadão da Ponta Verde, cruzando com dezenas de Volvos, Land Rovers, Mercedes, BMWs e outros bólidos importados, e depois de tomar uma Original na barraca do Lobo, me veio à cabeça uma ideia exdrúxula, utópica, radical, cruel e tão a "direita" que se emenda com a "esquerda". Ei-la.

Eu me imaginei investido de todos os poderes possíveis, receberia o codinome de "Ironete", e daria um golpe de verdade, com "G" maiúsculo, destituindo todos os governantes, deputados, senadores, caciques, bicheiros, juizes, desembargadores e o escambau. Contrataria, sem licitação, os serviços da CIA, FBI, MI6, Estado Islâmico, Comando Vermelho, Hezbollah e a milícia de Coruripe, para fazer uma faxina completa e uma caça implacável aos "ratos" que infestam e tomaram conta deste país que "dorme eternamente em berço esplêndido". Fecharia as fronteiras, os portos e aeroportos e o pau começaria a cantar, sem dó e sem piedade. Seria uma campanha sumária de capação geral e uma distribuição de piza generalizada com cipó de cansanção curtido em salmoura de pimenta malagueta. Iriam achar Dr. Moro mais bondoso do que colo de mãe.

Todos os códigos, regimentos e leis seriam suspensos e só sobrariam as penas (sumárias e imediatas), resumidas apenas a:

  • 50 anos de cadeia, em regime fechado, sem direito a boquinha de progressão de pena para quem roubou, corrompeu ou não justificou a origem do seu patrimônio;
  • Cada um dos brasileiros teria 30 dias para, em local público a ser informado, apresentar todos os seus bens patrimoniais para confronto com sua declaração do IR. Quem confessasse, espontaneamente, neste período alguma maracutaia teria a pena reduzida para 25 anos, tendo seus bens arrestados e a obrigação de pagar 100% de multa no ato, sobre o que foi sonegado ou roubado;
  • As penas seriam cumpridas na Ilha da Trindade, 1.200 kms da costa do Espírito Santo, sem direito a visita ou contato com quem quer que seja (o primeiro a embarcar seria um importantíssimo membro do Senado);
  • Cada desgraçado teria direito a levar, a custo dele e nas costas, um bode ou uma cabra e um saco de sementes para garantir a sua sobrevivência e da sua cria. Lá não existiriam carcereiros, médicos, policiais ou advogados. As relações seriam regidas unicamente pela "Lei do Cão".
Pra agitar um pouco o ambiente do "resort" marítimo seria instalado bem no meio do nada, um paredão de som potente que tocará 24 horas por dia, trilhas sonoras de vaquejadas e daí para pior, comandado pelo MC Pixuleco. A cada três horas, meia hora de propaganda eleitoral de candidatos tabacudos, ridículos e analfabetos. 

Nos 90 dias seguintes a faxina, a Receita Federal faria leilões para vender os bens tomados dos corruptos e ladrões. Certamente faltariam pátios, leiloeiros e compradores para a quantidade de imóveis e bens móveis arrestados. Os probos iriam comprar um BMW ou uma Ferrari pelo preço de um Lada pelado ou de um Opala batido. Uma lancha mais barata do que uma jangada de pau de mulungú dos pescadores da Lagoa do Pau. Fazendas, chácaras e sítios nem se fala. Seriam bem mais em conta do que os meus 36m2. 

Calígula, Nero, Átila, Vlad o Empalador, Hitler, Meguelle, Stalin, Pol Pot, Idi Amin Dada, Sadan Hussain, Kadaff, Bin Laden, Delegado Sérgio Fleury, ressuscitariam e morreriam imediatamente de novo, mas desta vez de pura inveja. Minha dúvida é saber se daqui a 10 anos estaríamos mais parecidos com a Suécia ou com a Coreia do Norte. 

Eu, como não sou besta nem orário, já compraria uma passagem pra França, só de ida. Se eu ficar por aqui corro mais risco do que ser operado de cataratas por um oftalmologista com Parkinson. De repente encontrariam uma sonegaçãozinha marota, uma "maroagem" esperta no IR do "Ironete" e lá se vai ele com as costas toda lenhada, puxando uma cabra com um saco de milho nas costas, um Ray-Ban na cara, subindo as escadas da corveta pra umas "férias" compulsórias de alguns décadas naquele "paraíso" que fica nos confins do Atlântico Sul.