quinta-feira, 1 de julho de 2021

Uma festa no céu (FB)


 Um dos álbuns mais famosos da música pop é o espetacular “Dark Side Of The Moon”, do Pink Floyd, de 1973. Ele simplesmente ficou 900 semanas (17 anos) no ranking dos 200 álbuns mais vendidos da revista “Billboard”, a bíblia da indústria musical americana. 


Ouvi-lo continua sendo um prazer e cada vez mais me encanta e me surpreende pela beleza das canções, a qualidade do som, a riqueza dos acordes e harmonias, o poder das letras de cada uma das 10 faixas perfeitamente encadeadas. A capa é icônica. Uma das faixas deste álbum chama mais a atenção não só pela sua beleza e mas pela sua inusitada gravação: a instrumental “The Great Gig Of The SKY”, composta pelo tecladista Richard Wright.


Quando estava gravando os belíssimos acordes de piano, RW sentiu a necessidade de preencher um trecho com algo diferente que ele não sabia o quê. O produtor do álbum, Alan Parsons, sugeriu um lamento (“abôio” pra nós, nordestinos) numa voz feminina e convidou uma cantora desconhecida chamada Clare Torry. A única instrução que RW passou para CT na hora da gravação foi de que ela improvisasse pensando em morte, sofrimento, angústia, amargura, perda. 


Foram gravados apenas três takes, sendo uma mistura dos três o que foi para o disco e que vocês podem escutar nos links abaixo. Ela saiu do estúdio achando que aquilo seria descartado no dia seguinte. 


Por este vocal criativo e diferente ela recebeu uns poucos trocados e só quando do lançamento do disco ela se deu conta de que seu nome constava nos créditos do álbum. Em 2005 a Clare questionou os membros do Pink Floyd que reconheceram sua importante contribuição nesta música e desde então ela passou a receber royalties como co-autora, junto com Richard Wright (falecido em 2008, aos 65 anos).  


A versão original com Clare Torry: https://youtu.be/W-Jjn0oBw0c


A versão que mais gosto: https://youtu.be/vWZ6hmHj2MA


02/07/21