quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Assinaturas sonoras da telona (FB)

Não sou um frequentador assíduo das salas de cinema. Quando algum filme me chama a atenção, prefiro assisti-lo no conforto da minha sala com um som de última geração, bebericando alguma coisa e na maioria das vezes, durmo na metade da sessão. Mas isto não vem ao caso. O que quero mesmo é dar realce para aqueles temas musicais que marcam um filme, uma cena, um ator.

Quem ao ouvir "Por una cabeza", do Carlos Gardel, não trás a cabeça aquela cena antológica do estupendo Al Pacino dançando este tango com a Gabriele Anwar no filme "Perfume de mulher"? "Em um momento se vive uma vida", conclui ele com uma verdade inquestionável para fechar um dos mais belos filmes já rodados. É exageradamente emocionante.

Outro tema que está "siamescamente" grudado ao filme "O poderoso chefão" é aquele composto por Nino Rota. É impossível ouvi-lo sem se lembrar do melhor filme já produzido, na minha opinião. Assisto-o com frequência e sempre me emociono com as magistrais interpretações do Marlon Brando e do "monstro" citado no parágrafo acima.

Mesmo tendo sido "casados" em 1942, à união entre a música "As time goes by" e o filme "Casablanca", continua indissociável. O "Play it again, Sam", dito por uma das mais belas atrizes que já vi encenar (Ingrid Bergman) antes da canção, é emblemático. Quem nunca viu este clássico do cinema, clica no YouTube e se deleite com uma obra simples, forte e acima de tudo, apaixonante.

Paris, a sempre bela Paris. Quem não associa o tema composto pelo saxofonista argentino Gato Barbieri ao filme "O último tango em Paris", também estrelado pelo saudoso Marlon Brando? É um casamento perfeito.

Bond, James Bond, o eterno agente 007 e sua vinheta característica. Cada filme da série (e já são muitos) tem uma canção tema específica, que logo é esquecida, mas, aqueles acordes iniciais é a assinatura sonora do agente inglês que tem "licença pra matar".

Sou um fã dos velhos faroestes e muitos temas ficaram famosos associados a belas estórias e paisagens ensolaradas. Um dos que mais aprecio e me trás saudosas recordações do meu pai é "Shane", de 1953 (que por aqui recebeu o nome de "Os brutos também amam"). Outra é a trilha sonora de Ennio Morricone para o clássico "The good, the bad, the ugly" ("3 homens em conflito" foi o título brasileiro), que se merge com as belas paisagens das pradarias italianas.

A mesma química acontece com os "casais", "Tema de Lara" e Dr. Jivago, "Born to be wild" e Easy Rider, "Also sprach Zarathustra" e Odisseia no espaço, "Smile" e Luzes da Ribalta. E tem muitos outras "duplas da tela grande" que se atraem como mãos e seios, mulher e vitrine, homem e cerveja e dedinho do pé e ponta de móvel.

Neste momento estou dentro de uma sala de cinema prestes a assistir "Eight days a week", dos Beatles. Certamente as velhas canções que encantaram o mundo me transportarão novamente para aquelas velhas tardes no Cine Municipal, em João Pessoa, onde eu assisti "Os reis do ei, ei, ei", "Help" e "Let it be". Entrava em loop e assistia uma sessão atrás da outra.
O filme acabou agora mas o sonho continua. E como não é surpresa, viajei de novo e "Eles" me surpreenderam mais uma vez. O Fab Four está grudado em mim como uma tatuagem.

Finalizo dando meu "muito obrigado" à todos estes maestros, compositores, músicos, intérpretes, atrizes e atores que nos presentearam com belas canções e emocionantes filmes que de uma forma ou de outra marcaram nossas vidas.

PS.: A "Original" vai dar uma paradinha para se alimentar de novas fuleragens, depois de 287 semanas ininterruptas. Voltará tão logo o "Cotonete" se embebede de novos temas e causos. Neste hiato de inéditas serão reprisadas algumas mais interessantes apenas no Facebook.
Todas as "Originais" estão disponíveis no blog "www.originaldosabado.blogspot.com.br".

24/02/17