sábado, 31 de julho de 2021

25550 dias (FB)

 Há exatas 7 décadas nascia em Campina Grande um pirralhinho,  espada, galeguim, bunitim que só uma miniatura do Ronnie Von. Teve uma infância solta na buraqueira, jogando botão com bola de sabão à milanesa, lançando pião carrapeta, construindo carrinhos de madeira e de rolimã, explorando as fruteiras dos sítios e quintais da região, jogando bola de couro e de meia, dentre outras brincadeiras analógicas e saudáveis daqueles velhos tempos. Se na época existisse escolinha de futebol hoje seria um ídolo do Barcelona,…………….de Cabaceiras. Kkkkkk


No início da adolescência mudou-se pra capital do Estado onde começou a bigodetear, a dançar em “assustados” e tertúlias,  a “brechar” lance de meninas sapecas, a jogar futebol de campo e salão, estudou com gosto, formou-se e casou-se com a mulher amada com quem vive até hoje. 


Mudou-se de novo, desta vez pra capital de Sergipe onde começou sua vida profissional e onde nasceram seus três filhos queridos. Lá conquistou amigos “de fé, camaradas”. Por lá viveu 25 anos, talvez os mais intensos e produtivos. Os filhos cresceram e se espalharam pelo mundo, hoje cada um vive com seu cada um. 


Há 21 anos mora em Maceió onde se aposentou. Ganhou o melhor presente do mundo: duas netas e a notícia que vai chegar mais uma agora em dezembro. O coronavírus o expulsou do apartamento e há um ano e meio se “esconde” num paraíso perdido a 80 kms da capital alagoana, de onde dificilmente vai sair mais. 


Vocês sabem quem é esse cara?

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“Esse cara sou eu”. Agora um idoso com viés de alta. 


29/07/21

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Crú, áspero e lindo (FB)

Talvez quem leia meus textos sobre curiosidades nas músicas dos Beatles ache que eu tenha uma preferência maior pelo Paul McCartney. Para mim o Fab Four é como um quadrado, quando se tira um lado desmorona a magia, a sinergia, o encantamento, a criatividade da maior banda musical de todos os tempos. 

Sou fã de baladas, harmonias e arranjos vocais bem elaborados e nesta praia o Paul nada de braçadas e compões diversas pérolas, uma dela é “Oh darling” que faz parte do álbum “Abbey Road” de 1969. Tem estilo “doo wop”, característico da década de 50. O vocal desta canção é belíssimo e tem uma curiosidade interessante. 

Ele queria gravar sua voz numa tonalidade crua, áspera, rasgada e acreditava que só conseguiria este timbre na primeira tentativa. Da segunda em diante a voz já perdia esta característica e não produzia o vocal desejado. 


Como morava (e ainda mora) a 5 minutos a pé do estúdio Abbey Road, em Londres, ele, por diversos dias seguidos, chegava mais cedo e fazia uma tentativa. Depois de muitos dias conseguiu gravar um take com a voz imaginada e o resultado é este do link abaixo. John Lennon disse que esta é uma das melhores do Paul mas achava que poderia ter cantado melhor do que o autor. Será? 


Só com muita persistência, zelo, respeito e amor pelo que se faz é possível se produzir obras com esta qualidade. 


https://youtu.be/9BznFjbcBVs


16/07/21

sexta-feira, 9 de julho de 2021

O lavabo (FB)

 Mês passado andei em Aracaju visitando apartamentos para comprar. Pretendo me mudar para cidade onde comecei minha vida profissional em 1976 e onde nasceram os meus 3 filhos. 


Numa das visitas a um belo imóvel, logo que entrei vi um requintado lavabo e neste momento senti um violento “croin” na barriga daqueles que não tem negociação. Falei para minha mulher e a corretora que fossem ver as dependências de empregadas enquanto eu iria ver “outro cômodo”. 


Armação feita, corri para o lavabo, afrouxei a bermuda e só então notei que não tinha ducha e o pior, nem papel. Olhei pra pra cueca e ela deu um pinote e disse: “Epa! Eu não”. Já pela bola sete, recolhi tudo e sai zunindo em busca de um banheiro de uma das suítes atrás do higiênico. 


No caminho de volta, já com o rolo escondido debaixo da camisa passei por uma senhora com Alzheimer em estado bem avançado. A pobrezinha olhou pra mim de cima a baixo, viu a cena toda e o meu desespero mas eu nem me preocupei pois ela não iria se lembrar mesmo de nada depois. 


Voltei ao aconchego do “quartinho”, aliviei os “croins” e meti a mão na válvula Hidra. Foi aquele “chuar” barulhento e diluviano. Me recompus às pressas e quanto abri a porta topei de cara com a experiente corretora que me olhou enviesado e certamente pensou: 

“Perdi o negócio. Não sinto firmeza em tratar com um cagão”. Olhou pra minha mulher e esta, que já conhece bem a imprevisibilidade das tripas do marido, “deu de ombros”. 

Dito e feito. “Aliviado” e suado, disse a profissional da corretagem que não tinha gostado do que vi e do preço proposto. 


É muita fuleragem. 


09/07/21

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Uma festa no céu (FB)


 Um dos álbuns mais famosos da música pop é o espetacular “Dark Side Of The Moon”, do Pink Floyd, de 1973. Ele simplesmente ficou 900 semanas (17 anos) no ranking dos 200 álbuns mais vendidos da revista “Billboard”, a bíblia da indústria musical americana. 


Ouvi-lo continua sendo um prazer e cada vez mais me encanta e me surpreende pela beleza das canções, a qualidade do som, a riqueza dos acordes e harmonias, o poder das letras de cada uma das 10 faixas perfeitamente encadeadas. A capa é icônica. Uma das faixas deste álbum chama mais a atenção não só pela sua beleza e mas pela sua inusitada gravação: a instrumental “The Great Gig Of The SKY”, composta pelo tecladista Richard Wright.


Quando estava gravando os belíssimos acordes de piano, RW sentiu a necessidade de preencher um trecho com algo diferente que ele não sabia o quê. O produtor do álbum, Alan Parsons, sugeriu um lamento (“abôio” pra nós, nordestinos) numa voz feminina e convidou uma cantora desconhecida chamada Clare Torry. A única instrução que RW passou para CT na hora da gravação foi de que ela improvisasse pensando em morte, sofrimento, angústia, amargura, perda. 


Foram gravados apenas três takes, sendo uma mistura dos três o que foi para o disco e que vocês podem escutar nos links abaixo. Ela saiu do estúdio achando que aquilo seria descartado no dia seguinte. 


Por este vocal criativo e diferente ela recebeu uns poucos trocados e só quando do lançamento do disco ela se deu conta de que seu nome constava nos créditos do álbum. Em 2005 a Clare questionou os membros do Pink Floyd que reconheceram sua importante contribuição nesta música e desde então ela passou a receber royalties como co-autora, junto com Richard Wright (falecido em 2008, aos 65 anos).  


A versão original com Clare Torry: https://youtu.be/W-Jjn0oBw0c


A versão que mais gosto: https://youtu.be/vWZ6hmHj2MA


02/07/21 



sexta-feira, 25 de junho de 2021

Uma super musa (FB)

 Em 1964, no set de filmagem do primeiro filme dos Beatles, “A hard day’s night” (“Os reis do iê, iê, iê”, no Brasil), o George Harrison conheceu a modelo inglesa Pettie Boyd, então com 20 anos e por ela “endoidou o cabeçote”. Começaram a namorar e se casaram em 1966. 

Para ela ele compôs “Something”, talvez sua mais bela e famosa canção, lançada no LP “Abbey Road”, em 1969. Viveram juntos até 1974 quando se separam após ela saber de um caso do GH com a primeira mulher do Ringo (já falecida). Não tiveram filhos. Já no fim desta relação a PB teve um rápido caso com o Ronnie Wood, guitarrista dos Rolling Stones. 


No final da década de 60, GH e Eric Clapton se tornaram grandes amigos. EC se apaixonou perdidamente pela mulher do amigo.  Pra Pattie ele compôs em 1970 uma de suas obras primas, a canção “Layla”. Durante 3 anos desta paixão avassaladora e contida quase destruiu o “Deus da guitarra”, que se afogou no álcool e em outras drogas pesadas. 


Após o divórcio, PB e EC passaram a se relacionar e se casaram em 1979. Viveram juntos durante 10 anos mas as bebedeiras e a infidelidades do marido causaram o rompimento. Também não tiveram filhos. A PB é estéril. Durante esta união ele compôs pra ela mais outra bela canção: “Wonderful tonight”. A PB só podia ter muito “borogodó”, kkkkk


Mesmo com todas estas traições conjugais e paixões desencontradas e tóxicas a amizade entre George Harrison, Ringo Starr e Eric Clapton se manteve inabalável até a morte do beatle em 2001.


Depois destes relacionamentos tumultuados a musa se tornou fotógrafa profissional e hoje vive expondo seus trabalhos em galerias ao redor do mundo. 


25/06/21






https://youtu.be/UelDrZ1aFeY


https://youtu.be/_CPVPwIOyKM


https://youtu.be/hmddeSB8Fds

sexta-feira, 18 de junho de 2021

E a vida continua (FB)

Uma das canções mais populares dos Beatles e uma das que mais gosto é “Obladi Oblada”, composta por Paul McCartney, que faz parte do “White Album”, lançado em 1968. Tem uma linha de baixo extremamente criativa e vigorosa, que faz da música uma referência neste instrumento. 


A expressão “Obladi oblada”, que caiu bem nos ouvidos do baixista dos Beatles, era muito usada por um percussionista nigeriano conhecido como “Jimmy Scott”, amigo do beatle. Não se sabe muito bem o que significa. JS era um personagem extravagante, com suas roupas africanas coloridas e cheio de frases de efeito. Uma delas era “Obladi oblada, life goes on, bra!!!”. 


Paul, perfeccionista por excelência, ensaiou esta composição a exaustão o que irritou o John Lennon. Foram muitos takes gravados e descartados durante mais de 10 dias de trabalho. Num belo dia o JL, conhecido como uma pessoa de “pavio curto”, sentou ao piano e “meteu a mão” no teclado numa sequência também vigorosa de acordes e quanto PM ouviu aquilo, disse: “oba, era isso que estava faltando para a introduçãointrodução da canção”. E assim ela foi dada como concluída. 


https://youtu.be/9x5WY_jmsko


19/06/21

sábado, 12 de junho de 2021

Escapou fedendo (FB)

 Mesmo tendo acontecido há mais de 40 anos, o brutal assassinato do John Lennon ainda é muito lembrado e sentido. O maluco que perpetrou aquele ato insano, Mark David Chapman, foi condenado a prisão perpétua. Já foram negados 11 pedidos de liberdade condicional. 

Mas o que poucos sabem é que em 30 de dezembro de 1999 o George Harrison foi esfaqueado dentro de sua mansão nos arredores de Londres, por um outro maluco, Mike Abram, de 33 anos, morador de Liverpool. O ex-Beatle teve um pulmão perfurado e só escapou porque sua esposa, Olívia, (que também foi ferida), quebrou um abajur na cabeça do agressor e chamou a polícia, que prendeu o intruso. O compositor de “Something”, “My sweet Lord” e “Here comes the sun”, dentre outras pérolas musicais, “escapou fedendo”, como se diz na minha terra. 


As razões alegadas pelo agressor são muito semelhantes às do assassino de Lennon: “que ouvia vozes dizendo que GH era um bruxo, um demônio, etc”. Ele foi considerado um doente mental, passou três anos num hospital psiquiátrico, saiu e hoje vive na região de Liverpool para o desgosto da viúva do GH que nunca concordou com a decisão da justiça inglesa. 


Dois anos depois desta quase tragédia, em novembro de 2001, com 58 anos, o GH morria em Los Angeles, numa casa de propriedade de Paul McCartney, em consequência de um câncer que começou nos pulmões e se espalhou para o cérebro. Seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas no Rio Ganges, na Índia. 



Eu em abril/19, em frente a mansão onde ocorreu este fato. 


11/06/21