sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Dói tudo (FB)

Depois de 30 dias perambulando pela França e mais 10 pela capital dos Potiguares, estou com o corpo mais doído do que furúnculo em bunda murcha de adulto. Parece que dormir em outros colchões, andar em calçadas sem buracos e obstruções, sentar em vasos alheios, dirigir em estradas “tapetes”, tomar banho em banheiras assépticas, comer iguarias diferentes, se assemelham a uma seção puxada numa academia para halterofilistas, depois de dois anos deitado numa rede. E olhem que conforto não me faltou, muito pelo contrário, abusei dele nas casas das filhas. 

Parece que em quem é diabético como eu as dores se potencializam, judiam mais. A idade certamente contribui (e muito) na “deslubrificação” das juntas a caminho do “entrevamento”, na “destonificação” dos músculos distendidos e na leseira sonolenta que os fusos horários trazem. Dói do dedinho mindinho a primeira vértebra. O espinhaço é a capital do “ai”, e não tem posição, clima ou jeito que dê jeito. 


Agora voltando ao aconchego de casa espero que o corpo faça o “check in” com o velho colchão já amoldado e tatuado ao meu esqueleto e o milagre de realinhar e acarinhar os ossos dispersos e que em seis meses eu esteja 50% recuperado, pronto pra enfrentar, de novo, o desconforto de uma poltrona de avião cada vez mais projetada e espaçada para passageiros anoréxicos, pigmeus e nanicos. 

27/10/17