quinta-feira, 1 de junho de 2017

Aiiiii, vai doer (FB)

Há três meses passei o carnaval dentro de um hospital, em Aracaju, fazendo companhia a minha mãe enferma. Aproveitei o tempo na "praia" dos médicos e enfermeiras para escrever o texto "Bombeiros de branco". Agora estou novamente num hospital, desta vez em Maceió, acompanhando minha mulher que se submeteu a uma cirurgia para reparar uma hérnia inguinal. 

Para mim são momentos estressantes que sou mais frouxo do que bombacha de gaúcho em tudo o diz respeito a hospital, cirurgia ou qualquer coisa relacionada a dor. Prefiro enfrentar um bandido armado e drogado ou um pitbull faminto a uma enfermeira com uma seringa na mão. Se um dia eu vier a ser ameaçado de tortura confesso até quem matou PC e JFK, e afirmo com convicção que Aécio e Maluf são mais honestos do que Rui Barbosa. 
Só pra dar uma ideia da minha "frouxura", a semana passada fiquei mais tenso do que corda de violino para tomar a vacina contra gripe. Já estou preocupado e me preparando, psicologicamente, com a campanha do próximo ano. Tomara que evolua pra gotinha na boca. 

A cada quatro meses faço exame de sangue para controle da diabetes. Uma semana antes já não durmo bem pensando na famigerada picada. Chego no laboratório mudo e saio calado. Na hora da moça estuprar minha veia e surrupiar o meu precioso sangue, fecho os olhos, viro a cara pra parede e tranco o "forroboscoi" que não sai (nem muito menos entra) um cabelo de micróbio. Suo que só uma tampa de chaleira. Ufa, que alivio quando escuto o "pronto seu Cotonete, agora só daqui a 4 meses". 

Na última consulta a endocrinologista me assustou com a possibilidade do uso de insulina injetável, caso os níveis de glicemia não caiam com o uso da medicação atual. Eu passar a me picar diariamente será a morte pra mim. Com medo deste horror, tô bebendo quase nada, obedecendo uma dieta rigorosa e correndo que nem cachorro atrás do caminhão do açougue. 


Com 66 anos no espinhaço nunca fiz (nem desejo jamais) uma cirurgia. Nem canal em dente brocado. Se um dia esta infâmia tiver que acontecer podem ficar certos de que o Cotonete vai gastar uma grosa de fraudas descartáveis nas 24 horas antes do bisturi "comer no centro". Enquanto isto D. Mabel saiu rindo pro centro cirúrgico, mais despreocupada e feliz do que baiano que ganhou a Mega-Sena na véspera do carnaval. É uma heroína. Dou valor.

2/6/17