sexta-feira, 9 de julho de 2021

O lavabo (FB)

 Mês passado andei em Aracaju visitando apartamentos para comprar. Pretendo me mudar para cidade onde comecei minha vida profissional em 1976 e onde nasceram os meus 3 filhos. 


Numa das visitas a um belo imóvel, logo que entrei vi um requintado lavabo e neste momento senti um violento “croin” na barriga daqueles que não tem negociação. Falei para minha mulher e a corretora que fossem ver as dependências de empregadas enquanto eu iria ver “outro cômodo”. 


Armação feita, corri para o lavabo, afrouxei a bermuda e só então notei que não tinha ducha e o pior, nem papel. Olhei pra pra cueca e ela deu um pinote e disse: “Epa! Eu não”. Já pela bola sete, recolhi tudo e sai zunindo em busca de um banheiro de uma das suítes atrás do higiênico. 


No caminho de volta, já com o rolo escondido debaixo da camisa passei por uma senhora com Alzheimer em estado bem avançado. A pobrezinha olhou pra mim de cima a baixo, viu a cena toda e o meu desespero mas eu nem me preocupei pois ela não iria se lembrar mesmo de nada depois. 


Voltei ao aconchego do “quartinho”, aliviei os “croins” e meti a mão na válvula Hidra. Foi aquele “chuar” barulhento e diluviano. Me recompus às pressas e quanto abri a porta topei de cara com a experiente corretora que me olhou enviesado e certamente pensou: 

“Perdi o negócio. Não sinto firmeza em tratar com um cagão”. Olhou pra minha mulher e esta, que já conhece bem a imprevisibilidade das tripas do marido, “deu de ombros”. 

Dito e feito. “Aliviado” e suado, disse a profissional da corretagem que não tinha gostado do que vi e do preço proposto. 


É muita fuleragem. 


09/07/21