sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Amigos (FB)

“Escafucando” meu bizaco literário encontrei este belo texto do Rolando Boldrin. Concordo com tudo. Assino em baixo.
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“O tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa..
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêm.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração se rompe.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Os filhos seguem a sua vida como você tão bem ensinou.
MAS... os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre vocês.
Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, e abençoando sua vida!
E quando a velhice chega, não existe papo mais gostoso do que o dos velhos amigos. As histórias e recordações dos tempos vividos juntos, das viagens, das férias, das noitadas, das paqueras... 
Ah!!! tempo bom que não volta mais... Não volta, mas pode ser lembrado numa boa conversa debaixo da sombra de uma árvore, deitado na rede de uma varanda confortável ou à mesa de um restaurante, regada a um bom vinho, não com um desconhecido, mas com os velhos amigos. 
Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.

Remeta este texto a todos os teus amigos que ajudam a dar sentido à sua vida.”

31/08/18

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Onde está a paz? (FB)

Dias destes, caminhando sozinho pelas desertas areias que “calçadeiam” os 36 m2, me venho uma questão a cabeça: o que é paz, onde ela está, quais os caminhos pra encontrá-la?

Não me refiro aquela paz cujo antônimo é guerra. Esta é buscada em acordos, tratados ou negociações. O que me refiro é aquela paz de espírito, que nos satisfaz intimamente como ser humano, que pereniza a nossa felicidade, que nos trás leveza, sonhos bons, prazer. 

Chego à conclusão que esta paz não é encontrada numa concessionária, numa agência de viagem, numa conta bancária, numa academia, numa gôndola do supermercado, numa mesa de bar, e sim olhando para o interior daquele que se ver no espelho. Bens materiais podem ajudar na busca desta paz, desde que as “prateleiras internas” onde estão armazenados nossos remorsos, ódios, descrenças, ingratidões, mentiras, usuras, apegos, sejam esvaziadas, limpas e desinfetadas. 

Como disse o Gilberto Gil, se quiser falar com Deus, “tenho que folgar os nós, dos sapatos, da gravata, dos desejos, dos receios.
Tenho que esquecer a data, tenho que perder a conta, tenho que ter mãos vazias, ter a alma e o corpo nus”.

Recentemente perdi minha mãe. A desmobilização de seus biscuits, cristais, bibelôs, móveis, ou seja, de coisas e do mundo que a cercou por décadas, me fez repensar algumas práticas, valores e manias que trazemos arraigadas a nossa vida. O desmonte (necessário) que fizemos em 2, 3 dias de coisas matérias juntadas ao longo de 90 anos não diminuiu em nada as lembranças que levaremos dela para o resto das nossas vidas. 

O desapego aos bens materiais é uma virtude, uma sabedoria, um necessidade, embora seja difícil se “desapegar” dele (o desapego). A gente se torna lembrado não pelo que se têm ou teve mas pelo que se é ou foi. 


Parece estranho mas a orfandade na minha idade (67), ao mesmo o tempo que nos deixa uma sensação de vazio nos deixa, também, uma sensação de liberdade plena e definitiva. 

24/08/18