sexta-feira, 26 de junho de 2020

A oportunidade faz a ocasião (FB)

Esta estória aconteceu “de verdade” com um amigo meu lá de Aracaju, Nabuco “Cetinha”, casado com D. Judith, (nomes fictícios), ambos muito religiosos e bem casados. Ele “ferrolho”(só entrava no mesmo buraco) e ela carola praticante mas com uma alma de “quenga” bem escondida por debaixo dos panos. 

Um belo dia “Cetinha” aparece com uma dor na mão direita e os dedos começam a entrevar que nem um garfo torto. D. Judith, preocupada, usa seus ensinamentos caseiros e aplica na mão dolorida do marido sêbo de carneiro “alpha”, Iodex, terebintina, compressas, mas nada de melhoras. 

Nabuco decidiu procurar um Dr. “esqueletista”. Depois de um exame, o médico diz que é coisa besta e passa 36 sessões de fisioterapia. Na segunda feira ele começou o tratamento numa clínica próxima a sua casa. De cara ele logo se engraçou da profissional de branco, de jeito sapeca, insinuante, linda e muito gostosa. Dizem que “a oportunidade faz a ocasião” e “Cetinha” emburacou nessa máxima. Previu que a “fisioterapia” poderia se “estender” por outras partes do corpo. 

Fiel que só cão de guarda, procurou tirar os “maus pensamentos” que atanazavam sua cabeça, orando, se penitenciando e rezando, mas chegou num ponto que as contas do terço acabaram e ele não resistiu à tentação: convidou Magaly para continuar o tratamento “complementar” num motel que ficava pertinho da clínica. 

As sessões que eram de trinta minutos passaram a ser de 3 horas, 2 h e meia dedicadas exclusivamente ao “dedo” que fica abaixo do umbigo. Depois de findada as 36 sessões ele já tava espremendo bola de sinuca, mas para a patroa a dor continuava do mesmo jeito e piorando. 

Ela percebeu que o marido estava indiferente, arredio, e comentou com as amigas que ele a procurava cada vez menos e que ela andava mais seca do que língua de papagaio. “Cetinha”, esperto que só bicho de circo, voltou ao médico e fingiu que não teve melhora. O Dr. na hora que pegou na pontinha do dedo mindinho do fingido ele deu um pinote e um berro maior do que quem toma uma pisada de coturno num dedo com um calo seco inflamado. 

O médico, espantado, disse: “Vige Nossa Senhora, eu nunca vi um caso deste em toda medicina”. 
Nabuco foi logo se auto receitando: “Dr. passe logo umas 120 sessões diárias, 7 dias por semana, sem interrupção, que eu acho que é garantia de uma boa melhora”. 
O Dr. disse: “É pouco. Pra esse nível de inflamação vou passar 150, se aguentar, faça duas sessões por dia. Não vacile se não sua mão vai ficar parecida com um pé de galinha”. 
Nabuco respondeu: “Se “aveche” não, Dr. Vou me empenhar ao máximo”. 

“Cetinha” pegou aquele papel e saiu do consultório mais feliz do que nordestino quando embarca em São Paulo para passar as festas juninas na Paraíba. Aquela “alforria” era mais importante do que a vacina contra a COVID. Chegou em casa mostrou a prescrição pra mulher e ela, desiludida, disse: “Fazer o quê meu amor, se é para o nosso bem, sua saúde, vamo que vamo”. (Em casa a mão “dodói” do marido estava sempre em isolamento matrimonial. No motel, sempre em atolamento vaginal). 

Nabuco era caxias, na faltava uma sessão. Quando já estava perto de completar as 150 sessões, a clínica resolveu fazer um downsizing e Magaly foi dispensada, deixando “Cetinha” na mão. “Milagrosamente” e de repente ele ficou curado e a D. Judith, aliviada e esperançosa de sair da “quarentena chumbregária”, foi cumprir a promessa que tinha feito de subir, de joelhos, os mais 300 degraus da Igreja da Penha, no Rio de Janeiro. 

Recentemente apareceu uma dorzinha na minha mão esquerda. Infelizmente, perdi o contato com meu amigo “Cetinha” e não tenho como pedir a ele uma dica em que clínica está trabalhando a profissional que o “curou” tão “rapidamente” daquela dor maldita e “duradoura”.
É uma pena!!!!

É muita fuleragem.  
26/6/20

domingo, 21 de junho de 2020

O inferno é acolá (FB)

Aqui no meu paraíso tem noites de “inferno”. Nesta madrugada faltou energia e sem ar condicionado as muriçocas bateram palmas, amolaram seus tridentes e mergulharam ávidas por um sangue em repouso. 
Um som “dum, dum, dum” na esquina martelava os ouvidos sensíveis. Uma ventania, neta de algum furacão, fazia as folhas dos coqueiros “cantarem” em todos os tons e refrões. Meu cachorro choramingava na janela e a patroa reverbera um pouquinho do meu lado. 
Quando estava pra dar um pinote e sair correndo me toquei que meu “inferno” é pequeno que só boga de micróbio, se comparado ao inferno que está logo acolá, nas UTI’s dos hospitais e UPA’s, onde milhares de infelizes brasileiros agonizam em busca de um oxigênio bombeado. Lá nossos anjos de branco batalham, arduamente, contra o satanás de mais alta patente, travestido de um vírus separatista e cruel. 
Logo meu incômodo foi resolvido, abrindo a janela, tomando um banho de repelente, dando “esbregue” no Malbec e futucando, carinhosamente, a patroa. Me deitei, e não dormi. 
Há pouco reiniciei minha batalha continua com a concessionária de energia elétrica local, a #Equatorial, mesmo sabendo que é como “peito de homem, chuva no mar e feriado no domingo”, ou seja, não serve pra nada.  
21/6/20