segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Crise de abstinência (FB)

Sempre tive uma convicção de que minha resistência ao vício é mais fraca do que promessa de candidato. Por isso nunca quiz negócio com cigarro, bebida, jogo, atitude que não tive com a música e os livros, por exemplo.

Há três anos minha filha Michelle me deu o maior e o melhor presente que um idoso pode receber: uma neta maravilhosa. Durante estes três últimos anos tenho me dedicado e convivido, diuturnamente, com Giovana e isto me remoçou mais do que um retoque no Photoshop, me tonificou mais do que Emulsão Scott e Robusterina, “viagrou” minha vida, tem me feito um bem que nenhuma geriatria é capaz.

Há três meses a Michelle, por apelos profissionais, mudou-se pra Natal e há uma semana carregou sua filha, o que já está me causando uma grave crise de “abstinência de neta”. A avó, mais inteligente do que eu, foi com ela e só volta daqui a alguns dias. Deitado nesta rede aqui nos 36m2 fico saudoso e imaginando alternativas de “tratamento” para esta amenizar esta falta.

O danado é que com a ameaça de corte drástico na aposentadoria (causada por sucessivos governos corruptos), as “imobilidades” e limitações naturais da idade caquética chegando (onde até a ida da cama para o banheiro é arriscada), as condições africanas das nossas estradas, o litro de gasolina custando mais do que um de leite, sei que vou sofrer mais do que uma “cinquentinha” pilotada por Jô Soares com Alcione na garupa (além do peso, a cantoria).

Por enquanto vou me contentando com uma Original, beliscando uma fava no coentro, escutando minhas “jogadas de segurança”, esperando chegar o Natal pra aninhar, novamente, aquela coisinha tão encantadora que tanta falta está me fazendo.

04/12/17