quinta-feira, 25 de maio de 2017

Arrastão (FB)

Hoje, na minha "quase" habitual caminhada pela praia, assisti uma das coisas que mais gosto de ver: um arrastão nas águas limpas da Ponta Verde. Não é aquele das praias cariocas mostradas pela Globo e sim o labutado por pescadores que tiram seu sustento da generosidade do Atlântico. O fervilhar dos pequenos peixes e camarões é um dos sinais da beleza que esta natureza nos proporciona. Há alguns anos vi um deles lá nos 36 onde num só lance mais de 500 kgs de peixes foram capturados e fez a festa dos humildes pescadores da região. 

Vivendo neste atual mar de lama da corrupção divaguei como seria oportuno e salutar se a nossa Justiça pudesse fazer um arrastão similar, com uma "rede" forte e de malha bem fina, nos palácios, mansões e gabinetes para por na beira da praia da moralidade, a luz do dia e de todos, os traíras e tubarões que infestam as águas que banham nossa política. Infelizmente o braço da impunidade, da mentira, é longo que só o nariz de Pinóquio enquanto o da Justiça é mais curto do que estribo de anão. 

Ao contrário dos peixes que saíram no arrastão que vi a pouco, onde a peixeira "come no centro" e em cinco minutos após saírem do seu habitat têm seus "fatos" e tripas extirpados e suas escamas lixadas, alguns traíras e tubarões do arrastão da moralidade são transferidos (quando são) para "aquários" de luxo, com oxigênio bombeado a rodo, empoleirados na Quinta Avenida ou em chácaras paradisíacas, e continuam no regime de engorda comendo iscas de camarão, sem anzol, sem riscos. 

Mas como todo pescador deveremos ser perseverantes e acreditar que um dia o bem vencerá o mal e que o mar da fartura seja abundante para todos e não só para os bandidos e assassinos de sempre. 


PS.: Esta é a edição de número 300. O meu "mar de inspiração" está cada dia mais minguado e a "Original saideira" parece próxima. 

26/5/17