quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Bienvenue a France (FB)

A bordo de um jato sobre o Atlântico rumo à terra de Napoleão, nem bem vi passar lá em baixo os limites do meu Nordeste, já começo a sentir aquela falta buliçosa dos meus entes queridos que estou deixando nas terras descobertas por Pedro Cabral. O consolo é que a saudade dengosa vai ser contrabalançada pela emoção do encontro daqui a poucas horas com a filha e o genro que não vejo há sete meses. A vida é assim, equilibrada, multifacetada, misteriosa. "Viver é colecionar saudades". 

Para vivê-la bem, prazerosamente, com sentido, é recomendável, sempre que se pode, sair do seu casulo, dar um "zoom out" no  cotidiano, nas rotinas e hábitos para se medir o valor deles, vê-los e vivê-los de modo diferente, menos chatos, às vezes, entediantes. Uma viagem, um passeio, um "deforete", é sempre melhor do que uma dor, uma doença, uma perda. 

Nestes próximos 30 dias vou tentar praticar isto mesmo com a péssima notícia que acabo de receber relativa ao desconto imoral e do tamanho do pré-sal, em cima da aposentadoria dos petroleiros, resultado dos desmandos e roubalheiras praticadas nos governos petistas e temista, corruptos e irresponsáveis. 

Mas "vamo que vamo" digerir a decepção e curtir a convivência com os meus, saborear a champanhe dos quintais do genro e perambular pelos bulevares e Alpes franceses neste outono europeu. 

Agora cá pra nós, numa viagem deste tamanho se se pudesse eliminar os stress dos aeroportos e os desconfortos do voo e deixar, apenas, o prazer ansioso dos sorrisos, abraços e beijos da chegada, seria o paraíso. Ainda vai chegar o dia que se fará um download na origem e um upload na chegada, sem passar pela imigração. 


O fato hilário do maçante voo é que eu nunca vi um desfile de comissárias espanholas com tanta falta daquilo que Vinícius de Morais dizia que era fundamental. Se por ventura alguém me visse agarrado com alguma delas podia apartar que era briga. Tadinhas. 

14/09/17